sábado, 5 de junho de 2010

Arquipélago dos Açores

O arquipélago dos Açores situa-se em pleno Atlântico Norte entre as latitudes 37º e 40ºN e as longitudes 25º e 31ºW, a uma distância de cerca de 1600 km do continente europeu. É composto por nove ilhas e diversos ilhéus, dispostas ao longo de um conjunto de alinhamentos tectónicos de orientação geral WNW-ESE. As ilhas do arquipélago dos Açores estendem-se por uma faixa com cerca de 600 km de extensão, segundo três grupos distintos (Figura 1.1): o Grupo Ocidental inclui as ilhas de Flores e Corvo, o Grupo Central as ilhas Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial, enquanto o Grupo Oriental integra as ilhas de São Miguel e Santa Maria e os Ilhéus das Formigas. As ilhas, que ocupam uma área global de 2333 km2, emergem de uma vasta zona submarina pouco profunda - o “Plateau” dos Açores - de forma aproximadamente triangular e limitada a Oeste pelo rifte médio-atlântico. Esta zona, a Plataforma dos Açores, que é usualmente definida pela curva batimétrica dos 2000 m, ocupa uma área de cerca 5,8 milhões de km2 e marca a transição para a planície abissal circundante, de profundidades superiores a 3500 m.



A geodinâmica associada ao arquipélago dos Açores está condicionada pela junção tripla (enquadramento tectónico) entre as placas litosféricas Norte-americana, Euroasiática e Africana. É uma junção em forma de T, sendo um dos ramos constituído pela Dorsal Médio-Oceânica [DM0] e o outro pelo denominado Rifte da Terceira [RT]. O Rifte da Terceira, uma zona de expansão oceânica perpendicular à Dorsal Médio-Oceânica, passa pela ilha Graciosa, pela ilha Terceira e pela parte ocidental da ilha de São Miguel.


O Rifte da Terceira faz parte de um limite tectónico mais amplo - a fronteira entre as placas Euroasiática e Africana - designado Falha Açores-Gibraltar.



O limite entre estas duas placas é complexo e apresenta características tectónicas distintas pelo que é subdividida em três troços com comprimentos e comportamentos tectónicos distintos:

· um troço mais oriental, designado Banco de Gorringe (BG);

· um troço central, designado Falha de Glória (FG), onde se verifica uma velocidade de deslocamento relativo entre as placas Euroasiática e Africana, da ordem dos 3,39 cm/ano;

· um troço mais ocidental, o Rifte da Terceira, que apresenta uma velocidade de afastamento entre as placas da ordem dos 0,76 cm/ano.


Por sua vez, a Dorsal Médio-Atlântica é cortada por diversas falhas activas, de entre as quais destacamos as seguintes:

· a Zona de Fractura Norte dos Açores (ZFNA);

· a Zona de Fractura Faial-Pico (ZFFP);

· a Zona de Fractura do Banco Açor (ZFBA);

· a Zona de Fractura do Banco Princesa Alice (ZFBPA).

Dado o seu enquadramento geotectónico, a região dos Açores apresenta importante actividade vulcânica e sísmica, bem documentadas desde o povoamento destas ilhas, a partir de meados do século XV.



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